Conjunto de ações do governo foca na saúde dos idosos.

Com o objetivo de estimular que as pessoas com idade avançada envelheçam de uma maneira mais saudável, o Ministério da Saúde propõe um conjunto de ações que podem contribuir de maneira considerável para o bem-estar da população de idosos no Brasil. Entre as propostas da pasta estão o estímulo à prática de exercícios físicos e alimentação saudável, oferta de vacinas, caderneta do idoso e identificação precoce de doenças como hipertensão e diabetes.

O Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Atualmente, a proporção de pessoas idosas no País alcançou 13,7% da população geral. Nesse grupo, o que mais expressivamente cresce são os idosos longevos, que vivem 80 anos ou mais. De acordo com as estimativas, em 2030, o número de brasileiros com 60 anos ou mais ultrapassará o de crianças de zero a 14 anos de idade.

Análise realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), mostra que um em cada três idosos brasileiros apresentava alguma limitação funcional. Destes, 80%, cerca de 6,5 milhões de idosos, conta com ajuda de familiares para realizar alguma atividade do cotidiano, como fazer compras e vestir-se, mas 360 mil não possuem esse apoio. “Os números dão a dimensão do desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira para garantir o cuidado de longa duração aos idosos com limitações funcionais”, explica Cristina Hoffmann.

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde tem priorizado ações que fortalecem a organização de serviços de atenção investindo na promoção da saúde, no acesso a serviços e na qualificação de profissionais.

Entre as atividades, está a implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, que permite conhecer as necessidades de saúde dessa população atendida na atenção básica. Por meio da Caderneta, é possível identificar o comprometimento da capacidade funcional, condições de saúde, hábitos de vida, vulnerabilidades, além de ofertar orientações para o seu autocuidado. Já foram distribuídos mais de um milhão de exemplares, e o documento está disponível na internet.

Alimentação saudável

As doenças crônicas não transmissíveis (infarto, AVC, diabetes e hipertensão, por exemplo) respondem por 72% das mortes no Brasil. A má alimentação, o sedentarismo, o consumo de cigarro e álcool colabora para o aparecimento dessas enfermidades e exigem formas de organização do sistema para promover o cuidado e a prevenção.

Nesse contexto, o ministério implantou o Plano Nacional de Doenças Crônicas, que reúne ações mais específicas para ampliar a longevidade com melhoraria da qualidade de vida. Uma delas é o incentivo à alimentação saudável.

Além de orientação na atenção básica, o ministério lançou em 2014 o Guia Alimentar para a População Brasileira que relata os cuidados e caminhos para alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada. Em 2015, para complementar a ação, foi lançada a publicação Alimentos Regionais Brasileiros, que divulga a variedade de alimentos no País e orienta as práticas culinárias.

Ainda sobre alimentação e nutrição, a pasta lançou o Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, com a meta de tirar 28.562 toneladas de sódio dos alimentos processados até 2020. Até o momento, mais de 7 mil toneladas de alimentos já foram retiradas das gôndolas dos supermercados. A ação reduziria em 15% os óbitos por AVC e 10% por infarto.

Atividade física

O Programa Academia da Saúde são espaços públicos com infraestrutura e equipamentos adequados; e profissionais qualificados para promover práticas corporais e atividade física, promoção da alimentação saudável e educação em saúde. Atualmente, existem 1.165 polos em todos os Estados brasileiros.

Vacinação

O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), oferece cinco tipos de vacinas para a população idosa: Hepatite B, Febre Amarela, dT (difteria e tétano), Influenza e Pneumocócica 23. A pneumocócica 23, que protege contra pneumonia, é ofertada para pessoas de 60 anos e mais que vivem em instituições fechadas, como casas geriátricas, hospitais, asilos e casas de repouso.

Já a influenza, é ofertada por campanhas anuais para grupos prioritários no qual se enquadram pessoas com 60 anos ou mais de idade. Em 2016, o percentual de cobertura de vacinação de idosos estava em 97% quando foram aplicadas 20 milhões de doses. Em 2011, o percentual de cobertura era de 84%. As outras três vacinas são ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação do SUS para toda a população idosa e estão disponíveis durante todo o ano em mais de 36 mil salas de vacinação do País.

Atenção domiciliar

Indicado para pessoas que apresentam dificuldades temporárias ou definitivas de sair do espaço da casa para chegar até uma unidade de saúde, o Programa Melhor em Casa proporciona o atendimento em casa com equipes multidisciplinares, formadas prioritariamente por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta ou assistente social. Cerca de 70% dos atendimentos do Melhor em Casa é de idosos, o que corresponde a cerca de 86.800 pessoas.

Oferta de medicamentos

Por meio do Programa Farmácia Popular, o Ministério da Saúde disponibiliza medicamentos de forma gratuita para hipertensão e diabetes que atende principalmente a população idosa. Além disso, o programa oferece mais 11 itens, entre medicamentos e a fralda geriátrica, com preços até 90% mais baratos. O governo federal investiu nos últimos dez anos R$ 10,4 bilhões para ampliar o programa, saltando de um orçamento de R$ 34,7 milhões, em 2006, para R$ 2,8 bilhões no ano passado.

Fonte: Portal Brasil